domingo, 28 de fevereiro de 2010

Desafio do Manifesto

Um grupo de amigos com uma causa em comum, transformar o mundo através da literatura. Escrever e aumentar o número de leitores é a proposta inicial, levar as letras à todas as classes é o objetivo. Não há pretensões políticas, apenas ideológicas. São 10 amigos; Ana Cristina, Ângela, Bárbara, Celina, Halmie e Lucia. E, os rapazes; EduMatta, Pena, Thomaz e Marcel. Todos estudiosos das letras, amantes das palavras

Foi assim que surgiu o Manifesto. Mas ai veio a obsessão, o Pena, um dos membros do grupo resolveu testar a capacidade criativa dos seus alunos da oficina da crônica e pediu que fizessem um texto com até 4500 caracteres, tendo como tema, o Manifesto do grupo Silvestre.

- Que loucura! – penso e falo - Já estou horas tentando de alguma forma criar um laço com meus pensamentos e este bendito Manifesto Literário. Entendo a importância da literatura e dos livros, vou além, amo os livros e quando morrer quero ser enterrada com os meus volumes. Espero poder ler na próxima vida, porque nesta falta tempo.

Paro e volto a pensar no texto e falo:
- Mas que coisa, ele podia ter dado um tema mais tranqüilo, mais romântico e emocionante. Ou simplesmente mais simples. Ele nem me conhece pra saber como escrevo, que dirá para me dar um tema tão complexo.
- Com quem falo? Comigo e com o computador, sim também tenho graus de loucura não tratados por nenhum psicanalista.

Sigo pensando, agora só penso, não falo. São 10 pontos no Manifesto. Por que 10 pontos, será que há relação por serem 10 os membros no grupo Silvestre? Talvez sim, é mais fácil administrar, imagino o mais ditador dos membros falando:
- Vocês são os escolhidos para iniciar o Manifesto, portanto, aproveitem para pensar nos 10 pontos do lançamento do grupo. Cada um tem direito a um parecer, que deve ser em comum acordo com o pensar do grupo.

Percebo que o objetivo principal do manifesto é levar a cultura, pela veia literária, ao maior numero de pessoas possíveis. Eles acreditam que literatura não é passatempo, que para envolver o autor precisa seduzir o seu leitor pela palavra, pela poesia existente na história contada. E, para prender o leitor é vital escrever simples, escrever fácil, afinal eles querem conquistar público e não escrever para poucos.

Os poucos? Ah, podemos dizer que é a burguesia literária feita por alguns grupos-panelas, que acreditam que o perfeito são os jogos de linguagem, que no âmago da verdade nem eles mesmos conseguem entender o que querem dizer. Mas eles pertencem a grupos intelectuais, se dizem formadores de opinião. No fundo são ditadores de modelos, que vivem por frases de efeito, e passam horas pensando no que podem fazer  de diferente para se manter dentro do grupo.

Continuo pensando, e tenho a idéia de contar a história por trás do manifesto. Dizer como o grupo se conheceu, falar do romance escondido entre dois participantes. Mas penso que estarei expondo a vida daquelas pessoas, e se o romance é escondido é porque há algum motivo. E se eu mudar o nome dos personagens? E se montar uma grande ficção? Não, não adianta. O manifesto tem dono, e um deles vai ler este texto e vai reclamar o direito sobre o seu Manifesto.

Enquanto estou aqui, pensando nas histórias possíveis, as horas passaram e continuo aqui na poltrona escrevendo, escrevendo e sem nenhum sentido.

- Hei, mas não é isso que os jornalistas fazem no jornal? Já percebeu que muitas crônicas são bem sem pé nem cabeça? Acho que o jornalista foi jogado contra a parede para fazer um texto em 10 minutos para cobrir um buraco que havia na página. Pior é que ele recebe por isso.
- Poxa, eu escrevo tão bem, demoro bem mais do que os 10 minutos dos jornalistas, será que ninguém quer me dar uns bons trocados por umas palavras sem conexão também? Olha tô precisando comprar a fralda do filho, uns trocados vão ajudar bastante.
É, mas palavras sem conexão é exatamente o que o Grupo Silvestre não quer, eles querem o simples pelo simples, tenho que concordar, é complicado escrever simples, principalmente quando o louco do professor dá um tema tão complicado como este.

 Agora questiono:
- por que o grupo se encontrou na Livraria da Travessa do Leblon? Que coisa mais burguesa. Isso é coisa de elite contra elite.
- e, por que grupo Silvestre se ele não foi feito por médicos do hospital Silvestre?

por Roseana Franco



Você quer conhecer o manifesto que falo aqui? Então click aqui.

Amor de Carnaval

- Nunca mais vou amar, nunca mais! -  é o que eu não parava de me dizer. O fim da relação com Arnaldo foi um sofrimento enorme. Passei dias trancada em casa ouvindo músicas que me deixavam cada vez mais triste, não consigo esquecer o trecho da música que mais tocava, dizia assim:

“...perdido na alucinação do amor
acreditando na ilusão
canto pra esquecer a dor da vida
sei que o destino do amor
é sempre a despedida...”

Toca a campainha e escuto a algazarra no corredor. Corro para ver o que é, antes que o velho espanhol ranzinza, chegue na porta e comece a gritar sua ladainha de palavrões bascos e criar confusão, tudo o que eu não quero neste momento da minha vida.

São elas; Charlote, Elizalinda e Salomé. Três amigas inseparáveis. Elas entram falando ao mesmo tempo, não consigo entender o que dizem e fico mais zonza do que estava. Charlote entra limpando a casa e rapidamente Poe ordem no que eu havia destruído. Elizalinda me pega pelo braço e me joga no chuveiro, um banho frio, que dói até o mais escondido pensamento dentro de minh’alma acabada.  Salomé, por sua vez, coloca um sambinha no som, serve copos de cerveja estupidamente gelada e separa a roupa e maquiagem que vamos precisar.  Já tinham tudo planejado, mas não me diziam nada.

– Calma, hoje você vai se divertir! – é tudo o que me diziam.

Refeita de dias trancada saímos e fomos rumo a Laranjeiras, o bairro que mais tem bloco de carnaval no Rio de Janeiro. Já no primeiro, mais cerveja, pula, canta  e brinca. Não lembrava mais do sofrimento passado. Arnaldo? Nem sabia mais quem era.  O Sol queimava minha pele,  o suor era intenso, mas sentia como se estivesse nascendo. Aqueles dias de tristeza em casa, não podiam mais fazer parte da minha vida, elas estavam certas disso.
Fomos de bloco em bloco, não sabia mais onde estava, encontrava amigos de muitos anos, amigos de amigos e fomos caminhando e pulando, sambando ao som das marchinhas e musicas de um carnaval, quem nem pensava em viver.
Foi num destes blocos que meus olhos cruzaram com o dele. Não sei a cor, fiquei tensa e não conseguia distinguir. Aqueles olhos me inqueriam, tentavam desvendar tudo o que passava em meu coração e minha mente. Ele queria saber quem eu era, e veio, sorrateiro conversar. As perguntas iniciais de rotina, perguntava seguidamente, nem me dava tempo de responder e muito menos de perguntar. Até que consegui, perguntei seu nome.
- Ah, olá, sou Jean-Paul e estes são meus amigos: Pena, Barbara, EduMata e Valverde.
Ficamos conversando aos poucos fomos deixando o grupo seguir caminho sozinho enquanto nós ficávamos ali, contando palavras ao outro. Era uma conversa simples, ele contava histórias, não podia acreditar que ele tivesse vivido tanta coisa divertida. Disse que é italiano, tem netos e o que mais adora é fazer amigos. Sua esposa sempre criava caso, também italiana, tem o sangue quente e morre de ciúmes. Mas ele não liga, gosta de fazer amigos e vai continuar assim. A vida, pra ele é única e não podemos deixar um dia, um minuto sequer escapar por nossas mãos com tristezas é o que ele falava. Falou isso algumas vezes, até parecia que ele sabia dos meus últimos dias.  Já tinham se passado horas, nossos amigos voltaram, queriam ir para outro bloco, aquele já estava no fim.
Nessa hora notei que havia um outro rapaz no grupo, Jean-Paul, puxou ele pelo braço e me apresentou.
-Epamineuda, este é Paul-Jean, meu filho.
Suspirei, nossos olhos se encontraram, os dele eu sei a cor, são castanhos. Pouco mais alto que eu, cabeça raspada (bem como eu gosto) e fortinho, meu coração bateu forte, abri um sorriso.
- Oi. – dois beijinhos e fomos caminhando para o outro bloco, mas agora eu seguia conversando com Paul-Jean.
E, Jean Paul, o gaiato Italiano, ia fazendo estripulias na frente do grupo, não deixando ninguém triste ao seu lado.

por Roseana Franco

Lições de um pai

Meu pai morreu.
Nossa relação por toda a vida não foi a melhor, porém no final sua doença nos uniu e passei a cuidar dele. Levei nos médicos, dormi em hospital, comprei remédios, dei banho e troquei fralda. Enfim, tudo o que não precisei fazer para a minha mãe, que morreu como um anjo dormindo.
Nossa vida sempre foi complexa, meu pai saiu de casa quando eu tinha dois anos, largou a mim e minha mãe numa cidade nova, onde não conhecíamos nada. Mas minha mãe, orgulhosa como só, não quis retornar para o interior. Ficamos na cidade grande, aos poucos fomos desbravando os bairros vizinhos e conhecendo a cidade. Aprendemos a viver neste mundo agitado e cão. Minha mãe costurava, tirava da máquina o sustento da família. A noite, depois que me punha para dormir, sentava e estudava, precisava entender um pouco mais da vida, não podia ser passada pra trás tinha um filho pra cuidar e o faria muito bem.
Meu pai aparecia uma vez ou outra, me pegava em casa e me levava para o apartamento que ele morava. A cada dois anos ele trocava de apartamento. Comprava, reformava, morava por um tempo depois reclamava de tudo e vendia. Era sempre assim, vendia e comprava outro. Assim também eram com os carros. Cada vez aparecia com um carro diferente, sempre grande e bonito. Eu não entendia aquelas mundaças, aquele luxo e principalmente, por que ele não podia me ajudar, eu e minha mãe não estávamos bem, tinha dia que não tínhamos dinheiro pra comprar carne e comíamos arroz e salada. Feijão nunca tinha em casa, minha mãe falava que o feijão daqui não era bom. Bom era o feijão do interior, mulatinho, um feijão marrom com um tom avermelhado. Ela dizia que o feijão de lá cozinhava melhor.
Eu não entendia, e não teve como entender.
O tempo passou, cresci, me formei engenheiro e fui trabalhar numa grande corporação.  Me casei com a Manuela, pele clara, cabelos castanhos e cacheados, olhos grandes e atentos, mulher pequena, filha de espanhóis, reservada e absolutamente dedicada e carinhosa. A mulher que eu tinha pedi aos céus. Muitas vezes ficava olhando ela e minha mãe conversarem, parecia que eram mãe e filha, chegava a ter uma ponta de ciúmes, mas logo deixava de lado, afinal o que eu queria, uma guerra entre as mulheres da minha vida? Não, claro que não, nossa família estava formada, em breve pensaríamos em ter um filho.
Na empresa o meu salário era bom e fui galgando promoções, a cada 2 anos eu mudava de cargo e assumia mais responsabilidades. Tinha chegado o momento de dar conforto para minha família. Comprei um apartamento,  grande e bonito como era o sonho da minha mãe. O apartamento tinha 3 grandes quartos, dois salões e uma cozinha ampla como a da casa dos meus avós no interior. Minha mãe foi morar junto e pouco tempo depois Manuela nos deu um filho, Henrique. Depois vieram mais dois; Guilherme e Mariana.
Isso foi há quatro anos. Há dois anos meu pai ficou doente e, como filho único, tive que assumir esta responsabilidade. Foi uma complicação, contratei enfermeira, mas tinha que ficar ao lado dele. Não podia colocar ele morando no mesmo apartamento que minha mãe, por isso ficamos no apartamento dele e passei a dormir algumas noites por lá.  Numa dessas noites o telefone toca muito cedo, ainda madrugada, é Manuela dizendo que minha mãe sentiu dores no corpo a noite, conversaram um pouco mas logo ela voltou a dormir, mas ela não despertou do sono. Fui correndo pra casa. Foi um período complicado, difícil a adaptação da vida sem a minha mãe por perto. Mas tinha que seguir, meu pai continuava doente e eu precisava dar atenção a ele. Trazer ele para a nossa casa era o ideal, mas não sabia se ele agüentaria a mudança, sua saúde estava bem frágil, por isso decidi que ficaríamos como antes. Durou mais alguns meses, e ele faleceu. Difícil falar sobre este momento, me cobrei um sofrimento, uma saudade. Mas como sentir a morte de uma pessoa que não foi presente na minha vida e que apareceu no final precisando de ajuda? Senti, sim, mas uma sensação leve, como se um vizinho a quem se respeita tivesse partido. Mas ele não era meu vizinho, era o pai que nunca esteve presente.
Para amenizar sua ausência, ele me fez uma surpresa. Deixou um testamento transferindo todos os seus bens imediatamente para mim, indicava contas bancárias, imóveis desconhecidos, tudo ali, um dinheiro que eu nunca imaginei receber. Junto vinha uma carta, agradecendo a minha dedicação e pedindo desculpa por não ter sido o pai ideal. Pedia que eu não cometesse os mesmos erros que ele, que não perdesse um minuto da vida de meus filhos e família.
E foi assim, que ganhei e perdi um pai, em pouco mais de dois anos.
  por Roseana Franco

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

para rir! algumas piadas de Mineiro


NUDEZ MINEIRA
Dois cumpadre de Uberaba tavam bem sossegadim fumando seus respectivo cigarrim de paia e proseano.
Conversa vai, conversa vem, eis que a certa altura um deles pergunta pro outro:
- Cumpadre, u quê quiocê acha desse negóço de nudez?
No que o outro respondeu:
- Acho bão, sô!
O outro ficou assim, pensativo, meditativo...e perguntou de novo:
- Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadre?
E o outro:
- Uai! É mió nudês do que nunosso, né mesmo?


SUTILEZA MINEIRA
O cumpadi, há muito tempo de olho na cumadi, aproveitô a ausência do cumpadi e resolveu fazer uma visitinha para ver se ela não carecia de arguma coisa....
Chegando lá, os dois meio sem jeito, não estavam acostumados a ficar a sós....falaram sobre o tempo....
- Será qui chove?
- Pois é......
Ficô um grande silêncio.....
Aí, o cumpadi se enche de corage e resorve quebrá o gelo:
- Cumadi.....qui qui ocê acha: trepemo ou tomemo um café?
- Ah, cumpadi...cê mi pegô sem pó.....


TREM CAIPIRA
Uma mulher estava esperando o trem na estação ferroviária de Varginha, quando sentiu uma vontade de ir urgentemente ao banheiro. Foi....
Quando voltou, o trem já tinha partido. Ela começou a chorar.
Nesse momento, chegou um mineiro, compadeceu-se dela e perguntou:
- Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano?
- É que eu fui urinar e o trem partiu....
- Uai, dona! Por caus dissu num precisa chorá não, tenho certeza bissoluta qui a sinhora já nasceu com esse trem partido....


CUNVERSA DE MINEIRIM
- Cumpadi, muié é bicho estranho, num é mêsss???
- Num gosta di pescá....
- Num gosta di futebor...
- Num sabi contá piada...
- Num toma umas pinguinha....
- Óia, cumpadi....si num tivesse xoxota, eu nem cumprimentava.


MUIÉ MINEIRA
Os dois cumpadres pitavam o cigarrim de paia e prosiavam. Um deles pergunta:
- Ô cumpadre, cumé que chama mesmo aquela coisa que as muié tem (faz um sinal com as duas mãos), quentim, cabeludim, que a gente gosta, é vermeia e que come terra?
- Uai...quentim... vermeia..? A gente gosta? Uái sô, só pode ser xoxota. Mas eu num sabia que comia terra, sô!!
O outro dá uma pitada no cigarro:
- Pois come, cumpadre. Só di mim, cumeu treis fazenda.


UAI SÔ
Um mineirinho bom de cama, passando por New York, pega uma americana e parte para os finalmentes.
Durante a relação, a americana fica louca e começa a gritar:
- Once more, once more, once more......(tradução de once more: 'mais uma vez')
E o mineirinho responde desesperado:
- Beozonte, Beozonte, Beozonte.....


O EMPRESÁRIO E O MINEIRIM!
Num certo dia, um empresário viajava pelo interior de Minas.
Ao ver um peão tocando umas vacas, parou para lhe fazer algumas perguntas:
- Acha que você poderia me passar umas informações?
- Claro, sô!
- As vacas dão muito leite?
- Qual que o senhor quer saber: as maiáda ou as marrom?
- Pode ser as malhadas.
- Dá uns 12 litro por dia!
- E as marrons?
- Tamém uns 12 litro por dia!
O empresário pensou um pouco e logo tornou a perguntar:
- Elas comem o quê?
- Qual? As maiáda ou as marrom?
- Sei lá, pode ser as marrons!
- As marrom come pasto e sal.
- Hum! E as malhadas?
- Tamém come pasto e sal!
O empresário, sem conseguir esconder a irritação:
- Escuta aqui, meu amigo! Por quê toda vez que eu te pergunto alguma coisa sobre as vacas você me diz se quero saber das malhadas ou das marrons, sendo que é tudo a mesma resposta?
E o matuto responde:
- É que as maiáda são minha!
- E as marrons?
- Tamém!


INDO PARA A PESCARIA...
Os dois mineiros se encontram no ponto de ônibus em Cocalinho para uma pescaria.
- Então cumpade, tá animado? pergunta o primeiro.
- Eu tô, home!
- Ô cumpade, pro mode quê tá levano esses dois embornal?
- É que tô levano uma pingazinha, cumpade.
- Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?!
- Cumpade, é que pode aparece uma cobra e pica a gente. Aí nóis desinfeta com a pinga e toma uns gole que é pra mode num sinti a dô.
- É... e na outra sacola, o que qui tá levano?
- É a cobra, cumpade. Pode num tê lá...


A PESQUISADORA E O MINEIRIN
Uma pesquisadora do IBGE bate à porta de um sitiozinho perdido no interior de Minas.
- Essa terra dá mandioca?
- Não, senhora. - responde o roceiro.
- Dá batata?
- Também não, senhora!
- Dá feijão?
- Nunca deu!
- Arroz?
- De jeito nenhum!
- Milho?
- Nem brincando!
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah! .... Se plantar é diferente

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

eu tenho um sono absurdo.
eu tenho um cansaço absurdo.
eu tenho uma preguiça absurda.

absurdo é o tamanho do silêncio interno
absurda é a cara de espanto que fazes quando lês um texto absurdo, como este.

felipe pena, fundamentalmente, meu professor

sábado, 20 de fevereiro de 2010

um grande autor, uma grande entrevista

ele ainda está aprendendo a escrever.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

dicas para ser feliz

A imagem peguei do blog Frases Ilustradas do Ceó, visitem é lindo, você ainda pode comprar uma camiseta com a ilustração escolhida. Já o texto abaixo, peguei do blog da Rosa Maria, que tem o dom de postar mensagens que sempre levantam o nosso astral. Pra mim é certo, se estou triste, dou uma passeada por lá e logo me sinto revigorada. Vejam as dicas dela:

1 - Elogie TRÊS pessoas por dia;
2 - Cumprimente as PESSOAS que encontrar pelo caminho;
3 - SORRIA. Não custa nada e não tem preço;
4 - Saiba PERDOAR a si e aos outros;
5 - Trate a todos como GOSTARIA DE SER TRATADO;
6 - Pratique a CARIDADE;
7 - Faça novos AMIGOS;
8 - Reconheça seus ERROS e valorize seus ACERTOS;
9 - Dê às pessoas uma SEGUNDA chance;
10 - Respeite a VIDA;
11 - Dê sempre o MELHOR DE SI em todos os momentos;
12 - Reze não só para pedir coisas, mas principalmente para AGRADECER.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

votação para a próxima leitura

Estou com uma boa pilha de livros e não sei qual escolho para ler primeiro.
Seguem as capas para vocês me ajudarem a escolher.
Aguardo votos até o dia 26/02, comentem.

como foi o seu carnaval?

O meu foi bem proveitoso.
Fiquei no Rio, longe de tumulto e sol. o máximo de sol que peguei foi na varanda de casa pela manhã cedinho. Aproveitei para relaxar em paz e ler alguns livros. Li 5 livros durante o carnaval, todos muito bons!!!! Vejam os comentários de cada um:

 
Este foi o primeiro livro, comecei a ler em Janeiro, mas reamente engrenei na sexta, já entrando no carnaval.  De todos os que li é o que tem a leitura mais pesada. Mas nem de longe, nem de perto é um livro cansativo. É um livro com um enredo muito bonito. Um homem, professor de línguas clássicas em Berna, na Suiça, depois de encontrar com uma mulher em profunda tristeza tem sua vida mudada por um forte instinto inexplicável. Ele abandona a sala de aula, vaga pela cida, entra numa livraria, vê um livro, numa lingua desconhecida. O livreiro traduz um trecho para ele que se encanta perdidamente. Compra dicionário, o livro e vai para casa se isolar e traduzir o livro. Nem bem inicia e o ato de loucura vai além, arruma sua mala e vai rumo a Portugal, tentar encontrar o autor do livro, que coincidentemente é da mesma origem da mulher amargurada que ele havia encontrado naquela manhã. Chegando em Portugal, sem conhecer ninguém, nem falar a língua nativa, ele vai se virando e percorrendo caminhos até chegar ao autor, ou o que ele achou que era o autor. Um livro profundo! Dentro do livro o autor acaba escrevendo outro livro, pois com os diversos trechos narrados da leitura podemos formar mais um livro.  Esse livro é uma grande viagem ao nosso sentir. Um livro que nos faz questionar.


 
O Vendedor de passados, um livro do Angolano José Eduardo Agualusa. Já tinha ouvido falar dele mas não tinha lido ainda nenhum livro dele. Quando vi este, comprei pela capa colorida e pelo enredo que conta a história de um homem que cria passados. Mas me surpreendi com o narrador, que é nada mais que uma osga (lagartixa). A história é muito bem estruturada, o final é muito interessante, ele faz um elo entre os personagens que surpreende. E a escrita é leve, um livro que dá um gostoso prazer de ler. Eu mais que recomendo!!!!
 
Eu já tinha lido Equador, deste mesmo autor português - Miguel Sousa Tavares. Lembro nitidamente que Equador foi um livro encantador, terminei apaixonada. Outro dia folheando um jornal, vi que algum desses famosos estava lendo o novo livro dele, No Teu Deserto e fiquei curiosa com o livro. Num momento qualquer em que fui a livraria para tomar um café e olhar algumas capas dei com esta, num cantinho da estante central. Na mesma hora peguei e comecei a ler, gostei e resolvi trazer para casa. Mas comecei a ler só agora no carnaval. A leitura é absolutamente fácil e rápida. Ele narra uma viagem pelo deserto acompanhado da Claudia que ele conheceu pouco antes de embarcarem e conta toda a trajetória e relação deles. é uma narrativa que me fez questionar até que ponto observo as pessoas ao meu lado, até que ponto sinto as pessoas ao meu lado. Lindo, delicado!
Veja uns poucos trechos:
"(No fim, tu morres. No fim do livro, tu morres. Assim mesmo, como se morre nos romances: sem aviso, sem razão a benefício apenas da história que se quis contar. Assim, tu morres e eu conto. E ficamos de contas saldadas.)"
"Mas, desta viagem, eu lembro-me exactamente quando foi e que idade tinha: tinha trinta e seis anos, e lembro-me por isso mesmo, porque foi o ano da minha vida em que me senti mais novo. Nem aos vinte e cinco, nem aos vinte e um, nem aos dezoito. Foi aos trinta e seis anos de idade que eu me senti eternamente jovem, quase imortal ou, mais arrepiante ainda, indiferente à própria ideia de morte. E, se eu era jovem, tu, a meus olhos, eras a própria juventude. Tudo em ti, não apenas os teus absurdos vinte e um anos: a própria maneira um pouco estouvada de caminhares, como se ainda não tivesses aprendido bem a andar, a maneira de pararares, virar a cabeça e sorrir por cima do ombro, os teus ares de menina pequenina que precisa de ser embalada e que alternavas com vãs tentativas de parecer mulher adulta e sabida, a tua alegria rodeada de crianças no chão de areia de uma aldeia perdida numa pista do deserto, o teu tom sério rodeada de adultos, à noite junto a uma fogueira, fingindo, como os adultos, procurar naquele lençol de estrelas que quase nos tocavam de tão próximas a resposta que lá devia estar sobre o destino do universo e o nosso."
"Aprendi que é preciso dar tempo aos outros para olharem."
"A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio."


Este livro surgiu da oficina de contos que fiz semana passada, lembram que postei sobre isso? Pois bem, a oficina foi com a autora deste livro, Cintia Moscovich. Falaram tanto do livro que fiquei curiosa em conhecer este trabalho dela. Foi impressionante, nas primeiras linhas eu já me senti como num quarto fazendo uma terapia de choque de alta qualidade. O livro falou comigo! Em alguns momentos via minha mãe, em outros minha sogra, minhas avós. Ia lendo e sentindo a vontade de escrever, escrever pelo simples fato de colcoar no papel tudo o que ficou da minha infância e relação familiar. Senti uma vontade enorme de pegar a autora, sentar na varanda, na rede azul e conversar horas a fio sobre famílias, quilos a mais, dores e pesares, mas também a alegria da comida. Bom, acho que vou escrever, quem sabe emagreço alguns quilos? O livro, sim eu indico! Não é auto-ajuda, não é história real da autora, é um romance atual, que fala do que mais aflige toda mulher, os quilos a mais.


 
Estava na Livraria Prefácio, eu e minhas idas à livraria para tomar café, e vi este livro com esta capa ilustrada. Dei uma folheada e gostei da diagramação, ai pensei comigo: - Se a capa é interessante, a diagramação também o conteúdo deve ser bom. E não deu outra. O Leandro Narloch depois de ler diversos livros históricos resolveu descontruir nossos ícones e recontar algumas histórias que  aprendemos nas escolas.
Por exemplo, você sabia que Zumbi tinha escravos? Que haviam negros e negras muito ricos, com  mais forntunas e escravos que alguns brancos?
E que, quem mais matou os índios foram os próprios índios? 
E Aleijadinho, não há documentos que comprovem a sua existência como um artesão com defeitos físicos. Ao que tudo indica ele foi um personagem literário, que se transformou num ícone brasileiro.
Já Santos Dumont,  não inventou nem o avião nem o relógio.
Livro muito interessante!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

novo curso

o curso da vez é oficina da Cronica com Felipe Pena, conheçam um pouco mais dele aqui.

E para saber de outros cursos basta ir no site da Estação da Letras, tenho certeza que vão gostar dos cursos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

e a Mandarina caminha...

quando você tem dúvida se o caminho que está tomando é o correto, o que faz?
quando você tem dúvida se estão sendo honesto com você, o que faz?

bom, eu escolhi um caminho de apostar.
estou apostando que as pessoas são honestas e que o caminho que me sinto mais confortável é o melhor.
pra dar errado, só pela falta de ética das pessoas envolvidas, ao menos eu poderei me sentir em paz com a minha consciência, afinal nem tudo é dinheiro.

torçam por mim, em breve darei mais notícias de como anda a Mandarina!