domingo, 25 de maio de 2008

Mais uma tirada do Informativo do Bairro das Laranjeiras

Laranjeiras, 23/05/08

Uma pergunta
Um rei, era conhecido pela sua astúcia, inteligência e pelo senso de humor.Sua diversão era criar perguntas que deixavam seus interlocutores embaraçados, sem respostas.Certa vez, sem ter com quem se divertir, mandou chamar um mestre Zen, estava querendo uma boa diversão.Quando o mestre entrou na sala, o rei mandou que ele sentasse em sua frente e por alguns segundos ficou a observar o velho.Vendo sua aparência simples, o olhar sereno e tranqüilo, o rei pensou:“Hoje vou me divertir bastante” - ainda mantendo um silêncio estratégico, proposital....“Posso lhe fazer uma pergunta?” – quebrando o silêncio, perguntou rapidamente o capcioso rei.“Por favor, pergunte” – respondeu serenamente o velho homem.“Eu já perguntei!” – disse categoricamente o rei, com o dedo indicador apontado como uma flecha para o mestre.“E eu já respondi” – disse o mestre olhando para o vazio da sala.“Mas o que você respondeu??” – questionou o rei, já meio apreensivo com a desenrolar da conversa.“O que você perguntou?!” – exclamou o mestre, sem se abalar com a já aparente inquietação do rei.“Ora, eu não perguntei nada!!” – gritou o enfurecido o rei, levantando-se bruscamente de seu trono.O velho mestre Zen, levantou-se, fez um breve aceno com a cabeça, dirigiu-se lentamente para a porta por onde entrara, e quando chegou lá, virou-se, com um sorriso jovial concluiu:“E eu não respondi nada!!!” - e foi-se embora, calmo e sereno, pelo caminho por onde viera.Sem estar interessado em respostas ou perguntas, sem ser uma filosofia, o Zen é uma disciplina, uma simples metodologia para se tornar mais concentrado, mais alerta, mais consciente, de trazer mais meditação ao seu ser, sem agir pela cabeça ou coração mas agir do próprio centro do ser.Sem passado, pois não é reação, é uma resposta que esta sempre no presente, para o presente. O Zen é voltado para a vida, para o vivenciar a vida, harmonização com o dia a dia, o amor e a liberação de nossa natureza.
Por Joaquim Santos

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