quarta-feira, 15 de julho de 2009

resultado de um tombo

ligação no meio da tarde de segunda, porteiro do prédio onde mora a minha mãe dizendo:
- oh, tá nada bem não, ela caiu na rua e foi levada para o Souza Aguiar. ela conseguiu ligar agora pra cá e pediu para te avisar.

largo cliente prum lado, digo que volto pra reunião outra hora. ligo pra marido e digo apenas:
- minha mãe tá no Souza Aguiar, vou te encontrar agora, estou nervosa e não vou conseguir dirigir até o hospital, te pego no meio do caminho, saindo agora, beijos e desce correndo que estou chegando.

chegamos no hospital depois de muito transito e falta de vaga para estacionar. lá ninguém sabe responder. onde ela está? ah, tem que procurar em em 4 salas, mas só pode entrar uma pessoa. sendo assim, vai marido que é mais forte.

roda, roda.
sobe, desce.
vai e volta.
nada, onde se meteu a minha velhinha?
mais de uma hora depois toca o celular, porteiro novamente.

- oh, tô em casa, onde você está que não foi me pegar no hospital?

vejam vocês se pode essa? larguei tudo pelo meio do caminho, saí feito uma louca, rodamos o centro e o tal do hospital e ela passou por outra porta e foi embora. e melhor, chega em casa e a primeira coisa que faz é ligar me dando bronca....
tsc, tsc, tsc, haja paciência!

saio correndo do hospital com o marido, mais transito, mais caos.
ligo para o porteiro e falo para ele não deixar ela sair do prédio em hipótese alguma.

enfim chego lá. e olho o que encontro.

foto do 1o dia, depois quando consegui trazer ela pra minha casa.


foto do 3o dia, ela ainda na minha casa, agora parecendo um panda.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

tecnologia me enlouquece, socorro, alguém pra ajudar?

lindo não?
pois é, mas muito complexo para a minha cabecinha... quando compramos já deviam entregar com todas as configurações necessárias.



entrei pra valer no mundo da tecnologia, agora tenho um smartphone Nokia e71, mas para raiva de muitos não consigo trabalhar completamente com ele. como configura conta de internet, e-mail, como usar tanta tecnologia. o manual parece falar em algum dialeto do interior central do sul inferior da china. (será que isso existe??? hehehe)
bom o fato é que estou apaixonada por um pedaço de tecnologia que eu não sei usar.
alguém por ai saca dessas coisas???

sábado, 4 de julho de 2009

não existe coragem sem medo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

- você já tentou recuperar o passado, ou alguém dele?
- bom, eu não tentaria. tudo mudou. você mudou. a vida é outra. deixe o passado quieto, sempre há alguma dor não curada, que ao mexer no baú vai voltar a doer.
- melhor seguir em frente, sem olhar e revirar as caixas guardadas. o mundo é grande o suficiente para ter onde guardar os dias que vão se findando.
hoje acordei pensando em você.
quanta saudade.
não, não deste homem que vive ao meu lado, mas do outro que existia dentro deste corpo.

logo no primeiro dia percebi outras mudanças.
você sentou a mesa para almoçar, foi gentil e polido em seus modos.
não xingou, nem falou palavras desnecessárias.
os dias se passaram e a mudança tinha permanecido, a cada momento uma nova surpresa.
a noite, os programas eram outros, havia a necessidade de fazer, estar, cumprir. sempre tínhamos compromissos, que não podiam ser recusados.
tudo em prol do networking, era o que você dizia.
não haviam mais os momentos de ternura. os carinhos eram frios e a educação extrema. nada faltava, todos os dias você trazia um presente. Chocolates, flores, revistas e livros, convites para jantares e cinema, nada faltava.

mas eu ainda continuava insatisfeita.
este não era o homem que eu tinha passado metade da minha vida.
não era este homem que me aquecia na cama, que pulava desajeitadamente em cima de mim e dizia palavras quentes e descabidas para uma moça de boa família.

eu olhava atentamente, o que faltava?

de tanto observar um dia descobri, você olhava pra mim e, nisso percebi que o brilho dos seus olhos haviam sumido. não havia mais a ternura dos olhares trocados furtivamente entre os diversos momentos do dia.
era a falta de paixão que me desnorteava. sem a sua paixão pela vida eu não sobreviveria. eu me alimentava da sua alegria em viver, eu bebia seus beijos como se fossem o mais nobre e puro fortificante.

agora nada disso mais era possível, o que tinha restado era um homem sem paixão.
você tinha sido picado pelo inseto da modernidade, que robotiza os sentimentos, as relações, as conquistas. preciso descobrir o antídoto para curar esta virose.

- você veio ao mundo para salva-lo?
- eu não, quero é que me salvem!
e, se dedicou tanto a fazer o que agradava aos outros, que quando acordou, já tinha 40 anos e não sabia o que queria da vida.
não tinha construído nada, nem imaginava que caminho tomar.

parou, ficou ali olhando as paredes sujas de seu quarto, as lágrimas invisíveis escorrendo de seu coração. olhos fechados para o resto do mundo, dentes trincados. um mudo grito interno a doer a garganta.

e agora, o que faria? quem estaria a seu lado?
para onde foram todos os que beberam do mesmo chopp?
e todas as promessas de amor e amizade eterna?
viraram a primeira esquina de muitos anos e nunca mais voltaram.
agora só resta a fuga do passado, o desejo de querer ser uma pessoa diferente.
mas como? ela percebe que nem sabe andar, desaprendeu, ou talvez nunca tenha aprendido. os desejos saltam de sua mente, vontade de aprender, fazer cursos. retomar as línguas esquecidas, a faculdade abandonada, os diplomas perdidos. mas agora o tempo passou, não há mais forças. não há mais dinheiro.

recomeçar.
um novo caminho.
abandonar o anterior.
e quantas vezes mais a vida vai permitir que ela tenha um lugar para recomeçar?