quarta-feira, 1 de julho de 2009

e, se dedicou tanto a fazer o que agradava aos outros, que quando acordou, já tinha 40 anos e não sabia o que queria da vida.
não tinha construído nada, nem imaginava que caminho tomar.

parou, ficou ali olhando as paredes sujas de seu quarto, as lágrimas invisíveis escorrendo de seu coração. olhos fechados para o resto do mundo, dentes trincados. um mudo grito interno a doer a garganta.

e agora, o que faria? quem estaria a seu lado?
para onde foram todos os que beberam do mesmo chopp?
e todas as promessas de amor e amizade eterna?
viraram a primeira esquina de muitos anos e nunca mais voltaram.
agora só resta a fuga do passado, o desejo de querer ser uma pessoa diferente.
mas como? ela percebe que nem sabe andar, desaprendeu, ou talvez nunca tenha aprendido. os desejos saltam de sua mente, vontade de aprender, fazer cursos. retomar as línguas esquecidas, a faculdade abandonada, os diplomas perdidos. mas agora o tempo passou, não há mais forças. não há mais dinheiro.

recomeçar.
um novo caminho.
abandonar o anterior.
e quantas vezes mais a vida vai permitir que ela tenha um lugar para recomeçar?

2 comentários:

Ivi disse...

Adorei, amiga... Vira poetisa! bjs

Barbara disse...

A vida pode até não permitir mas onde começa a vontade começa a possibilidade.
Isso é + ou - assim:
FAÇA O QUE EU DIGO NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO.
(Cá entre nós, não sou um belo exemplo de coragem).
Bj.