domingo, 3 de janeiro de 2010

estava pensando:

aliás, pensar é o que mais faço, minha mente é uma máquina que funciona sem parar. nem quando descanso ela para de trabalhar, frequentemente tenho sonhos alucinados.
minha cabeça não para um segundo, vive a martelar numa hora um assunto inacabado, em outra um plano não concretizado e continua, pior, fica insistindo com sonhar o que provavelmente não vai se realizar. parece loucura, mas assim é que giram os meus pensamentos. minha capacidade de concentração se esvai pelas frestas de cada troca de pensamento.

mas agora, numa madrugada de sábado em que o sono não vem, e o marido dorme solitário e barulhento no quarto ao lado, eu fico; entre um pensamento e outro, entre os infinitos desejos que insistem em visitar meus pensamentos, eu fico viajando em novos pensamentos e imaginando o que seria de mim se eu tivesse insistido com arquitetura?

pra início de conversa não teria feito moda e nem teria conhecido as pessoas que passaram pela minha vida durante estes 15 anos.

se não tivesse feito moda, não trabalharia com produção, não entenderia de papeis e processos de impressão. mas certamente teria feito muitos desenhos técnicos, plantas e visitado diversas obras. ou será que teria sofrido com o mercado e ficado anos sem emprego?

quem vai saber o que teria sido da minha vida se, no momento de escolha, eu tivesse optado por continuar naquele caminho e não criar um novo caminho? ninguém poderá me dar esta resposta. terei que morrer com a dúvida, mas tenho a chance de acreditar que este é o melhor caminho para cumprir minha missão nesta vida. tenho que acreditar que se fosse por outro caminho tudo seria diferente, sim. mas não há garantias de que poderia ter sido melhor, mais fácil. só há certezas de que neste eu aprendi a manusear as armas necessárias para seguir em frente.

a maior certeza que me veio agora é, que se tivesse escolhido o outro caminho, provavelmente não teria encontrado o homem que habita parte dos meus pensamentos, que me dá carinho e sustento quando não tenho forças para seguir alguns outros passos da longa caminhada que é a vida.

sem ele? hummm, a vida seria muito difícil.
não teriam as tardes de domingo que nos isolamos do mundo e ficamos em casa rindo de besteiras; não existiriam as brigas pelo "melhor" lado da cama; não teria que fazer curativos nas eternas cicatrizes de um homem que sempre se machuca; não seria acordada com beijos e café da manhã e, nem os sufocos, nem as alegrias desta vida existiriam.

é, prefiro esta vida, tal como eu segui. não sei se acertei as outras escolhas, principalmente no caminho profissional que hoje me atordoa tanto, só sei que no amor certamente eu fiz a melhor escolha!

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