domingo, 28 de fevereiro de 2010

Desafio do Manifesto

Um grupo de amigos com uma causa em comum, transformar o mundo através da literatura. Escrever e aumentar o número de leitores é a proposta inicial, levar as letras à todas as classes é o objetivo. Não há pretensões políticas, apenas ideológicas. São 10 amigos; Ana Cristina, Ângela, Bárbara, Celina, Halmie e Lucia. E, os rapazes; EduMatta, Pena, Thomaz e Marcel. Todos estudiosos das letras, amantes das palavras

Foi assim que surgiu o Manifesto. Mas ai veio a obsessão, o Pena, um dos membros do grupo resolveu testar a capacidade criativa dos seus alunos da oficina da crônica e pediu que fizessem um texto com até 4500 caracteres, tendo como tema, o Manifesto do grupo Silvestre.

- Que loucura! – penso e falo - Já estou horas tentando de alguma forma criar um laço com meus pensamentos e este bendito Manifesto Literário. Entendo a importância da literatura e dos livros, vou além, amo os livros e quando morrer quero ser enterrada com os meus volumes. Espero poder ler na próxima vida, porque nesta falta tempo.

Paro e volto a pensar no texto e falo:
- Mas que coisa, ele podia ter dado um tema mais tranqüilo, mais romântico e emocionante. Ou simplesmente mais simples. Ele nem me conhece pra saber como escrevo, que dirá para me dar um tema tão complexo.
- Com quem falo? Comigo e com o computador, sim também tenho graus de loucura não tratados por nenhum psicanalista.

Sigo pensando, agora só penso, não falo. São 10 pontos no Manifesto. Por que 10 pontos, será que há relação por serem 10 os membros no grupo Silvestre? Talvez sim, é mais fácil administrar, imagino o mais ditador dos membros falando:
- Vocês são os escolhidos para iniciar o Manifesto, portanto, aproveitem para pensar nos 10 pontos do lançamento do grupo. Cada um tem direito a um parecer, que deve ser em comum acordo com o pensar do grupo.

Percebo que o objetivo principal do manifesto é levar a cultura, pela veia literária, ao maior numero de pessoas possíveis. Eles acreditam que literatura não é passatempo, que para envolver o autor precisa seduzir o seu leitor pela palavra, pela poesia existente na história contada. E, para prender o leitor é vital escrever simples, escrever fácil, afinal eles querem conquistar público e não escrever para poucos.

Os poucos? Ah, podemos dizer que é a burguesia literária feita por alguns grupos-panelas, que acreditam que o perfeito são os jogos de linguagem, que no âmago da verdade nem eles mesmos conseguem entender o que querem dizer. Mas eles pertencem a grupos intelectuais, se dizem formadores de opinião. No fundo são ditadores de modelos, que vivem por frases de efeito, e passam horas pensando no que podem fazer  de diferente para se manter dentro do grupo.

Continuo pensando, e tenho a idéia de contar a história por trás do manifesto. Dizer como o grupo se conheceu, falar do romance escondido entre dois participantes. Mas penso que estarei expondo a vida daquelas pessoas, e se o romance é escondido é porque há algum motivo. E se eu mudar o nome dos personagens? E se montar uma grande ficção? Não, não adianta. O manifesto tem dono, e um deles vai ler este texto e vai reclamar o direito sobre o seu Manifesto.

Enquanto estou aqui, pensando nas histórias possíveis, as horas passaram e continuo aqui na poltrona escrevendo, escrevendo e sem nenhum sentido.

- Hei, mas não é isso que os jornalistas fazem no jornal? Já percebeu que muitas crônicas são bem sem pé nem cabeça? Acho que o jornalista foi jogado contra a parede para fazer um texto em 10 minutos para cobrir um buraco que havia na página. Pior é que ele recebe por isso.
- Poxa, eu escrevo tão bem, demoro bem mais do que os 10 minutos dos jornalistas, será que ninguém quer me dar uns bons trocados por umas palavras sem conexão também? Olha tô precisando comprar a fralda do filho, uns trocados vão ajudar bastante.
É, mas palavras sem conexão é exatamente o que o Grupo Silvestre não quer, eles querem o simples pelo simples, tenho que concordar, é complicado escrever simples, principalmente quando o louco do professor dá um tema tão complicado como este.

 Agora questiono:
- por que o grupo se encontrou na Livraria da Travessa do Leblon? Que coisa mais burguesa. Isso é coisa de elite contra elite.
- e, por que grupo Silvestre se ele não foi feito por médicos do hospital Silvestre?

por Roseana Franco



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