domingo, 15 de março de 2009

tenho medo



amigas e amigos, desta vez preciso desabafar.
pois é, estou assim, com medo de tudo.
crise financeira mundial, falta de salário fixo, iniciando minha empresa, conta bancária esvaziando rápido e marido perdendo ganhos e com problemas no trabalho que não estamos conseguindo resolver... medo, frio na barriga, dores no estômago.
choro preso na garganta.

medo de não conseguir suportar.
medo de não sobreviver.
medo de perder.
medo de assumir que não fui esperta o suficiente.
medo de ruir no meio.
medo de descobrir que o relacionamento nunca existiu.
medo de retornar.
medo de chorar e me afogar.
medo de olhar para o lado,
e ver que um rema para um lado e o outro para o lado oposto.



" tenho medo de parar e medo de avançar
tenho medo de amarrar e medo de quebrar
tenho medo de exigir e medo de deixar
medo que dá medo que medo que dá
...
medo de olhar no fundo
medo de dobrar a esquina
medo de ficar no escuro
de passar em branco, de cruzar a linha
medo de se achar sozinho
de perder a rédea, a pose o prumo
medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
..." - parte da letra de Miedo do Lenine e Pedro Guerra


lembro de quando era criança e falava para minha mãe que a palavra medo estava proibida em casa. lembro de ter falado que juntas iríamos vencer, que não devíamos ter medo, mas agora me sinto só e sem forças.
sinto falta de um companheiro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se uma pessoa tem medo de avião, só vai transcender esse medo andando de avião.
Num dia de cada vez, lembre disso.
Mas...convido a participar de
nelio-nelio-my blog
é de meu primo e ele tem vergonha de convidar.
1 abraço.

Silvestre Gavinha disse...

Roseana Krida,

O único medo que se pode evitar, é o medo do medo.
Os outros, como disse (b), tem-se que encarar.

O pânico, que todos sentem como medo de morrer, na verdade, é o medo de viver.

Há uma oração do pessoal da antroposofia, chamada Oração de Micael. Num certo trecho ela diz:

"o que temos que aprender nessa era, é viver sem NENHUMA SEGURANÇA NO MUNDO MATERIAL QUE NOS RODEIA E COM TOTAL CONFIANÇA NO MUNDO ESPIRITUAL QUE NOS PERMEIA".

Gosto muito dela e logicamente tenho minha tradução e interpretação pessoal para ela.

Lembro quando era pequena, e fomos morar com meus avós (eu e minha irmã), sem meus pais, que estavam se separando e ficaram em outra cidade, o clima era de insegurança. Não entendíamos direito e não sabíamos exatamente o que estava acontecendo, mas pressentíamos que as coisas não andavam normais.
Eu, mais velha, supostamente tinha que "cuidar" de minha irmã que tinha medo de tudo e principalmente de baratas. Aquilo me armou de coragem.
A casa de meus avós era antiquíssima, as tábuas do chão rangiam, as paredes lançavam sombras compridas das janelas e à noite, tudo podia ser bem fantasmagórico.

Havia um quarto especial, que estava sempre vazio(ninguém dormia lá), e onde ficavam, num canto, coisas e mais coisas amontoadas dando ao espaço uma dimensão absolutamente tenebrosa.
Eu acordava à noite e, para ir à cozinha, atravessava a casa inteira numa escuridão assustadora.
Lógico que tinha um medo terrível e para enfrentá-lo, inventei de enxergar no escuro. Criei um artifício: antes de me levantar da cama fechava com bastante força os olhos por um tempinho e depois os arregalava. Com eles assim, completamente arregalados passava no tal quarto olhando todas as suas sombras. Terminei por "enxergar" mesmo no escuro. E por adorar minhas excursões por aquela enorme casa no meio da noite. Eu tinha 6 anos, e até hoje vejo nitidamente as cenas daquela época.

Desulpe lá, vim agradecer tua visita e dizer que também, como já vistes, ando perdida no meio da correria. E: "se impolguei-me".

Beijo
Marie

Nelida Capela disse...

Respire.Respire.Respire.