sábado, 14 de março de 2009

folia na blogosfera

estou desde o carnaval em dívida com a Eliza, do blog esquina do desacato (http://esquinadodesacato.blogspot.com). no carnaval ela fez um post que gostei muito e pedi autorização para colocar no meu blog, porém com a correria das últimas semanas acabei não conseguindo.

gosto do texto pois ela conseguiu traduzir em palavras a explicação de como nos sentimos bem estando num cantinho com poucos e escolhidos, longe da badalação de carnaval.
nesse ponto completo: fico bem longe de toda e qualquer badalação, não tenho mais paciência e nem animo para curtir a noite em lugares cheios e da moda.
- estou velha????
- bom, uns certamente dirão que sim, mas que seja. o meu sentimento é de que estou em outro momento. sou uma pessoa diurna, adoro acordar cedo e ver o sol na varanda, as plantas alegres e os pássaros cantando.

segue o texto da Eliza, divirtam-se.
e, Eliza, obrigada por ceder para colocar aqui no post. muito bom encontrar alguém que entenda bem esse sentimento, esse desejo de tranquilidade.

É Carnaval! Se eu amo a festa? Não. Odeio? Também não. Falta-me folia por dentro, assim como meus pés desconhecem o samba. Mas gosto dos dias de folga debaixo do sol, da cervejinha, dos amigos para uma conversa e de olhar os corpos embalados no ritmo, os braços abertos e as cabeças para trás daqueles que parecem beber o ar. Gosto das vozes em uníssono, escondendo os desafinados, gosto da alegria efêmera e dos arco-íris de serpentinas cruzando caminhos e destinos. Apenas não fui feita para multidões. Sempre foi assim. Sou dos poucos e grandes amigos. Sou das relações ao invés dos contatos. Sou mais do toque do que das alegorias. Até gostaria de ter essa vocação para muitos, para o riso escancarado e sem pretensão, para as galeras, as arquibancadas... Fazer o quê? Preciso da intimidade, das longas conversas, do olho no olho, de pensar alto e junto, das questões que buscam respostas em mim e no outro. Preciso da eleição do olhar que me acaricia, de que saibam meu nome quando falam comigo e de que se apresentem, perdendo aos poucos as ressalvas, enquanto nossas defesas vão se tornado desnecessárias e perdendo a função.

Tenho passeado pelos blogs e encontrado de tudo. Se há um monte de baboseira, há também cantos agradáveis, gente que desconcerta, instiga, provoca... faz pensar, diverte, troca, comove e convida. Alguns têm tantos seguidores (não gosto desta palavra, mas enfim...) que parecem liderar uma legião. Acho admirável essa capacidade de aglutinar gente, construindo verdadeiras redes de intercâmbio...

Também no mundo virtual, parece que meu rumo é ao avesso, pois lá vou eu construindo intimidades... Aguardo as 2ªs feiras, como se tivesse um encontro marcado com o Renato do “Aperte o Alt”. (http://aperteoalt.blogspot.com). A Susanna do “Topografia de Interesses” já tem até a senha da passagem secreta para esta esquina. (http://topografiadeinteresses.wordpress.com). A Nine prescinde de espaço individual, mas visita esta esquina e dela se tornou sócia, assim como Rita. A Jana (http://www.janalauxen.blogspot.com) criou um espaço aonde dá vontade de sentar para ouvi-la falar. Seu jeito é franco, sem rodeios. Respira juventude e aquela certeza de que vai conquistar o mundo. Que assim seja! Há também aqueles que moram na delicadeza. Mesmo que a indignação os tome de jeito, escolhem o jeito mais doce de dizê-la. Não dá pra não se comover com quem todo dia se pergunta “E agora, Maria?” (http://euamaria.blogspot.com). Não se passa indiferente a quem nos promete que “O Mundo tem Inscrições Sempre Abertas” (http://inscricoessempreabertas.blogspot.com). E o que dizer de “Intersemiótica”? (http://intersemiotica.blogspot.com) Contemplação em estado de puro, pronto para o intercâmbio de signos. E por aí vou seguindo, em busca de indignações, identificações e diversidade.

Quanto à essa esquina... lembro-me de Bethânia, lá se vão muitos anos, no show “Pássaro da Manhã”: ... Trata-se de um espaço inacabado, porque lhe falta a resposta, resposta esta que espero que alguém no mundo me dê.

Como vocês veem, nem toda folia se faz de samba suor e cerveja.
Beijo,
Guilhermina

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