segunda-feira, 7 de julho de 2008

E por falar em finais felizes.

Para falar de finais felizes, tenho que falar de amor? Sim, o ser humano é movido a amor, eu amo intensamente. Mas o amor e o final feliz, que escolhi para falar não é somente o de homem e mulher, mas de vida. A vida não se resume a isso, homem e mulher, a vida é uma eterna conquista que nasce em sentimentos guardados e não reconhecidos, uma descoberta diária do que foi feito de nossos sonhos e vivências. Não gosto de me lembrar da minha infância, ela foi o momento adulto e irracional da minha vida, hoje vivo a adolescência dos sentimentos puros e rebelados, a descoberta do mundo que nasce a cada dia. Por tudo isso, eu digo: “meu final é feliz e não só pelo meu amor do Enrique”.

Ok, ok. Já entendi tudo o que se passou pela sua cabeça, não precisa me olhar assim, sei que não cheguei ao final da vida, mas se pensarmos que a cada momento temos um momento diferente, posso dizer que o meu momento anterior teve um final. Sendo assim repito: “meu final é feliz, não só pelo amor que sinto pelo Enrique, mas pelo amor que hoje eu começo a sentir por mim. Eu sou a pessoa mais importante da minha vida e sempre me deixei de lado”.

Não consegui transformar este final em pura felicidade, ela não existe. Mas a essência deste final é feliz, e caminha para uma velhice plena de felicidade.

Ah, mas tem momentos que as pessoas realmente me tiram do prumo. Basta insinuar que para ser feliz preciso gritar, correr e cantar aos quatro cantos a minha alegria. Não vou fazer isso, não sou feita de vibrações pululantes. Sou contida com momentos de lucidez plena que me tornam ativa além do meu normal, mas não são estes os momentos mais lindos e felizes da minha vida. Me dê uma bela poltrona, flores, chocolate quente, numa linda tarde de inverno, Enrique deitado na rede, enrolado na manta que eu mesma fiz para ele. As crianças correndo no jardim abaixo da varanda, gritando felizes e cantando uma cantiga de roda. Meu coração se derrete e digo a Deus:

- Obrigada!

Meu final é diariamente feliz, pois hoje entendo, amo e perdoo aquela menina indefesa que não conseguia se expressar e mostrar sua força e, por isso, seguia o caminho que não era o seu. Hoje o caminho é o correto e no silêncio do meu mundo, no grito da escrita não contida, digo para todos que o meu fim é absurdamente feliz!

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