sábado, 5 de julho de 2008

Glau, querida, hoje não rolou.

Não gosto de "revival" (é assim que se escreve?), o que ficou para trás ao passado pertence, músicas antigas me incomodam. Fotos? Para quê? Só algumas penduradas, as outras guardadas. O que foi bom, guardei na memória, essa ninguém me tira. O que foi ruim, deletei, faço questão de me manter afastada de tudo o que não me traz boas recordações.
Conheço pessoas que vivem escutando músicas de décadas passadas, eu não consigo. Tenho a sensação de que estas pessoas não evoluíram, ficaram lá atrás e se recusam a assumir os novos fatos, é como se levassem a vida atual com uma amargura invisível por terem tomado algum caminho indevido. Eu, ao contrário, tomei todos os caminhos devidos, a vida me protege e saí do casulo que tornava a minha vida uma repetição de padrões indesejados. É lógico que hoje, outros padrões existem, o que me importa é que aqueles padrões aparentemente sumiram, deixaram de existir. Pode ser que eu esteja me enganando ou pode ser que eles tenham tomado novo formato... haja terapia para entender.

É, hoje eu ia para um destes programas onde o passado vem à tona.
Eu tentei, programei, me arrumei e não aconteceu.
Fui ao salão, queria estar linda, esperei a semana toda por este encontro, o ritual de preparação foi tão grande que parecia que estava indo a um casamento, e no final não fui. Tudo deu errado, trabalhei num dia que não era previsto e o marido teve mil chamados de emergência, na hora de sair, cadê ele? A noite bombou com mais trabalho. Parecia que a vida dizia para não ir a esta festa.

Será que o desejo de me manter longe de fases do passado, fez que de forma inconsciente, tudo de errado acontecesse?

Algumas fases do passado podem ser complicadas e, definitivamente, não gosto me lembrar da década de 80. Reviver ela é um tanto pior, as lembranças dei um jeito de colocar numa caixa e trancar na mais alta prateleira de um armário pra lá de escondido, mas a lembrança musical é fatal, sempre que escuto uma música que me recorda este tempo, viajo direto para dentro da caixa de lembranças. Músicas são marcantes e elas tornam as fases de nossas vidas mais definidas do que imaginamos, as pessoas e os fatos são apagados, mas incrivelmente a memória musical fica, e com ela fica o sentimento e o gosto desagradável da lembrança.

Esta década não me trás boas lembranças e, estar envolvida com ela não é um programa dos mais agradáveis, mesmo assim queria muito ir. Queria conhecer a famosa festa Ploc, queria estar ao lado de uma pessoa muito querida que conheci exatamente nesta década, mas não rolou, não consegui ir.

Glau, espero que você não fique chateada como ficou quando não tive condução para ir ao seu casamento. Na minha cabeça este encontro representava o elo perdido da minha falta passada, mas novamente a vida não me permitiu estar em algum lugar.
Te adoro, você é das pessoas mais importantes da minha vida, este presente em momentos significativos que me fizeram ser como sou. E, em todos eles, você esteve ali com um largo sorriso, as mãos frias e um quente abraço.
Espero poder retribuir tudo o que você sempre fez por mim.
Um grande beijo em seu coração.

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