terça-feira, 29 de julho de 2008

Sábado, 27/07 às 8:30h em Ramos

Tenho que voltar no tempo, sim eu sei, não se vive de passado, mas não dá, até hoje não consegui parar para escrever o que aconteceu.
Enrique diz que perdi minha virgindade, por isso sofri tanto.
Pode ser, mas vamos aos acontecimentos.

Sábado pela manhã, acordei cedo, uma manhã mais que preguiçosa. Eu tinha todo o direito de ficar na cama, dias trabalhados, cabeça cansada de tanto pensar. A cabeça trabalha exatamente tudo o que o corpo não trabalha. Meu Deus, eu não paro de pensar um segundo... isso cansa, acaba comigo.
Mas enfim, resolvi que estava no dia de ter um cuidado a mais com o marido. Levantei cedo e fui com ele rumo à Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro. Nosso objetivo era chegar lá o mais rápido que fosse possível, deixar o carro dele na oficina, entrar no meu correndo e seguir para Copacabana e sentar no bar de uns amigos e tomar um super café da manhã.

É, mas tinha algo no caminho, eu pressentia. Mas pressenti errado, achei que fossem nos assaltar. Que nada! O que aconteceu foi um tanto diferente. Estava atravessando uma via, com todo cuidado e atenção quando um táxi me pegou pelo lado e me levou até a outra pista. Seria grave se o transito estivesse agitado, mas ali não fica agitado,m muito menos 8:30h da manhã de um sábado. Que susto.

Desce do carro, vê o que aconteceu, o estado que todo mundo ficou. Ninguém se machucou, tudo certo. Vamos para a burocracia de resolver tudo. O motorista não tem seguro, o carro não é dele, ele paga diária. Está cansado, trabalhou a noite toda para ganhar uns poucos trocados e no fim, quando ia entregar o carro para o dono, perde o controle do carro que estava descendo o viaduto e não consegue frear a tempo de me encontrar...
Resumindo, f&%$*#$^%$%$...

Ok, ok eu posso dizer que não dei seta, que estava perdida e que não vi o táxi do meu lado quando entrei. Ok, eu assumo a culpa, mas vamos com calma, uma coisa de cada vez. Chama a policia, faz o "BRAT" e depois a gente liga para o seguro. Ah, mas o seguro não resolve isso durante o final de semana.. só segunda.
Mas quem disse que o motorista quer ficar com o carro parado no final de semana??? Sorry, não posso fazer nada. Pagar o seu carro, pagar o meu carro, minha franquia, e pagar a sua diária... impossível. Cada um assume um pedaço do problema, certo?
Mas haja paciência!

No final, saímos cada um para um lado e na minha cabeça vinha apenas o som da batida, vidro quebrando, choc de carros e a cara amargurada do taxista que precisa trabalhar e por algum motivo da vida teve a infeliz idéia de passar pelo mesmo lugar que eu. Não adianta, não tem como colocar 2 corpos no mesmo lugar ao mesmo tempo, a tentativa é sempre frustrada e dolorosa.

Acho que a maior dor é a da perda financeira. Ninguém está com dinheiro sobrando para gastar com batida de carro. E nem temos paciência e ânimo sobrando para todo o stress que circula junto.

É, perdi a virgindade, agora posso dizer que já bateram em mim. Já tive um acidente de carro!
Eita virgindade ruim de perder. Esta eu queria ter pro resto da minha vida, mas agora já era.

Nenhum comentário: